O estado da arte do tratamento do mieloma múltiplo (MM) mereceu destaque numa sessão moderada pelas enfermeiras Susana Gonçalves (IPO Porto) e Ana Afonso (Centro Hospitalar Universitário Algarve), que teve o apoio da Sanofi.
Elsa Pedroso, enfermeira do IPO de Lisboa, lembrou que o MM é uma doença sem cura e que “o enfermeiro está presente desde o diagnóstico até à fase final da doença”.
Em termos de tratamento, as inovações têm-se sucedido nos últimos anos e, “com a introdução de novos fármacos, novos desafios se levantam na prestação de cuidados de enfermagem, quer na manipulação e administração destes fármacos, quer no apoio ao doente e na gestão das expetativas com o aumento da esperança de vida”, sublinhou a oradora.
No que concerne ao tratamento do MM recidivante e refratário, Alexandra Silva, enfermeira do IPO do Porto, destacou o papel do isatuximab, um anticorpo monoclonal (mAb) anti CD-38 distinto que se liga a um epítopo específico, que configura a mais recente inovação terapêutica neste contexto.
Este novo fármaco – atualmente aprovado e reembolsado pelo Serviço Nacional de Saúde – inibe a atividade CD-38 suprimindo a atividade enzimática, desencadeia a apoptose tumoral (destrói diretamente na ausência de cross linking) e potencia a função do sistema imunitário.
A gestão dos efeitos adversos é um dos principais desafios para os enfermeiros, especialmente premente neste contexto do MM. Neste sentido, a Alexandra Silva sugere o caminho do empoderamento, de forma a que os doentes se sintam seguros também no domicílio.