Simpósio BMS – Dupla imunoterapia: Benefícios e gestão de eventos adversos

Elsa Filipa Campôa, médica oncologista do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, foi a palestrante convidada do simpósio da Bristol Meyers Squibb, que decorreu no segundo dia do AEOP15.

Os temas abordados foram o dos benefícios da dupla imunoterapia (nivolumab+ipilimumab) e da gestão dos efeitos adversos relacionados com o tratamento.

A imunoterpia revolucionou os tratamentos oncológicos e a evidência mostra que “os benefícios da dupla imunoterapia estão mais do que comprovados, com o seu mecanismo de ação sinérgico e complementar a explicar a eficácia demonstrada em diferentes tumores (melanoma, carcinoma renal, carcinoma colorretal, carcinoma hepatocelular, carcinoma do pulmão de não pequenas células, mesotelioma metastático)”.

Em termos de eventos adversos (EA), a dupla imunoterapia não traz nada de novo, isto é, “não traz novos efeitos adversos, o que acontece é que estes ocorrem com maior frequência e o seu aparecimento é mais precoce”, salientou Elsa Filipa Campôa.

Face a estes EA, a médica recomendou que “devemos, em primeiro lugar, prevenir e antecipar – e para isso temos que conhecer bem o nosso doente e fazer a educação do mesmo neste contexto – para depois detetar, tratar e monitorizar”.

De acordo com a oradora, os EA mais comuns com dupla imunoterapia são os cutâneos e os gastrointestinais, sendo também os primeiros a surgir (habitualmente por esta ordem), seguidos dos endócrinos, que demoram mais a surgir e a passar.

Entre os EA cutâneos, os mais comuns são o rash, o eritema, as máculas e pápulas e, menos comum, o vitiligo. Os EA gastrointestinais são habitualmente mais ligeiros e de gestão mais fácil. Já os pulmonares, “assustam-nos um pouco, por poderem ser confundidos com diagnósticos erróneos que vão atrasar o seu tratamento”, acrescentou a médica.

“O papel da equipa de enfermagem é crucial em todos os momentos do tratamento, na educação dos doentes para os eventuais sinais ou sintomas, na deteção precoce dos acontecimentos adversos para uma resposta rápida, na gestão e resolução dos eventos adversos, concluiu a oncologista.