O estado da arte da Medicina Oncológica de Precisão e o papel da biópsia líquida no cancro colorretal metastático (CCRm) foram os temas centrais do simpósio promovido pela Merck, moderado pela enfermeira Fátima Teixeira (IPO do Porto).
O racional para a utilização da biópsia líquida versus biópsia tecidular neste contexto foi explanado pelo coordenador da Oncologia Médica da CUF Santarém, Diogo Alpuim Costa.
O médico, que encara esta técnica como uma janela de oportunidade em 3.ª linha para doentes com CCRm, explicou que a biópsia líquida é um exame minimamente invasivo e potencialmente representativo da heterogeneidade clonal do CCRm. Além disso, acrescentou o especialista, “é tecnicamente mais acessível e reprodutível, tem um papel importante na monitorização da resposta ao tratamento sistémico, bem como na identificação de fatores preditivos de resposta e de resistência ao tratamento sistémico”. É, ainda, “relevante na identificação de novos alvos terapêuticos”, sublinhou o orador.
No entender de Diogo Alpuim Costa, a biópsia líquida no CCRm deve ser realizada “se esse for o desejo do doente, mas gerindo sempre muito bem as expetativas do mesmo face aos resultados; tendo em conta o perfil do doente (ECOG, comorbilidades, efeitos laterais, logística); após esgotado tratamentos convencionais de 1.ª e de 2.ª linhas; em doentes com sobrevivência expetável ab initio > (3)6-12 meses; e aquando da impossibilidade técnica para a biópsia tecidular.
Na era das “ómicas” e da Medicina de Precisão, o clínico destacou a mudança de paradigma no tratamento, com a passagem “do mesmo para todos” para “a melhor opção para cada doente”. De “tratar o cancro do doente” para “tratar o doente com cancro”, concluiu.