O cancro da mama triplo-negativo metastático (CMTNm) configura um enorme desafio para os profissionais de saúde, nomeadamente em termos de abordagem terapêutica.
O tema mereceu destaque no simpósio promovido pela Gilead na AEOP15, onde Carla Ventura, enfermeira do Serviço de Oncologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte – Hospital Santa Maria, destacou a inovação trazida neste contexto pelo sacituzumab govitecano.
A este respeito, a palestrante referiu que “o CMTNm é um desafio para os oncologistas porque as opções de tratamento são limitadas e os resultados fracos, sendo ainda hoje a quimioterapia o principal pilar do tratamento”. De acordo com a enfermeira, “a aprovação do Trodelvy e a afirmação dos antibody-drug conjugators (ADC) como uma alternativa terapêutica representa uma mudança de paradigma no tratamento destes doentes”.
No ensaio clínico ASCENT – o primeiro estudo de fase III de um ADC – ficou demonstrada a eficácia e segurança do sacituzumab govitecano. Os dados mostram uma melhoria significativa de PFS e OS versus quimioterapia à escolha do clínico no CMTNm. “A sobrevivência global praticamente duplicou”, ressalvou Carla Ventura, acrescentando que “se pensarmos a que custo estaremos a prolongar a vida destes doentes e o que nos oferece este fármaco em termos de qualidade de vida, percebemos pelos dados do ASCENT que houve uma redução de 35% no tamanho do tumor face a 5% com tratamento comparador”.
Em termos de reações adversas, embora mais frequentes com Trodelvy, foram consideradas controláveis e a taxa de interrupção de tratamento foi baixa, referiu a enfermeira, sugerindo ser imperativo que antes do tratamento com sacituzumab govitecano, os doentes sejam informados sobre as eventuais reações adversas e as estratégias a adotar para fazer face às mesmas”.